"Diálogos com Paulo Freire": 2011/1º!

Neste primeiro semestre de 2011 o blog disponibilizará os instrumentos de pesquisa (mapas/sínteses conceituais, perguntas, glossários, bibliografias), textos, etc. produzidos durante a disciplina optativa "Diálogos com Paulo Freire".
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Perguntas


PERGUNTAS “EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE”

Perguntas sobre o capítulo 1*
1. Qual é a "passagem" que vive o Brasil então? Quais são as épocas, com seus temas e tarefas, que se relacionam à fase de trânsito referida?
2. Os cinco componentes das relações humanas seriam etapas acumulativas? Ou seriam pré-requisitos para o estabelecimento dessas relações? Ou nenhuma das duas opções?
3. Acreditava ele que seu ensino, além de permitir aos analfabetos tornarem-se eleitores e cidadãos críticos, pudesse dar a eles "inspiração" para outras formas de participação política, como guerrilhas por exemplo?
4. A alfabetização tem um sentido "iluminista" para ele? Constituiriam o estímulo e o desenvolvimento racionais um caminho infalível para a conscientização das massas?
5. (Pergunta de Deborah Furtado) O que ele quer dizer com "posicionamento crítico"?

* elaboradas por Barbara Viggiano


Perguntas sobre o capítulo 2*
 1. “Uma sociedade justa dá oportunidade às massas para que tenham opções e não a opção que a elite tem, mas a própria opção das massas.”
“Para que haja revolução das massas é necessário que estas participem do poder.” (retirados do texto: Paulo Freire. “Educação e o processo de mudança social”)
 “Importávamos o estado democrático não apenas quando não tínhamos nenhuma experiência de autogoverno, inexistente em toda a nossa vida colonial, mas também e sobretudo quando não tínhamos ainda condições capazes de oferecer ao ‘povo’ inexperimentado, circunstâncias ou clima para as primeiras experiências verdadeiramente democráticas.”  (Educação como prática da liberdade, p.79)
- As experiências democráticas são oferecidas ou conquistadas? Podemos afirmar como democrática a inclusão da população num “sistema de poder” já estabelecido?
2.  “Onde buscarmos as condições de que tivesse emergido uma consciência popular democrática, permeável e crítica, sobre a qual se tivesse podido fundar autenticamente o mecanismo do estado democrático, messianicamente transplantado?” (Educação como prática da liberdade, p.79)
 - Por que Paulo Freire, ao procurar respostas para essa pergunta, não levou em consideração diversas revoltas populares que ocorreram na história do Brasil? Qual a lógica de fundar, de forma autêntica, uma democracia transplantada, importada?
3. Paulo Freire fala sobre as alterações provocadas pela chegada da Corte no Rio de Janeiro que, “se de um lado, poderiam trabalhar no sentido de propiciar ao homem brasileiro – pelo menos ao homem livre – novas condições com que pudesse realizar novas experiências, no sentido democrático, por outro lado, antagonicamente, reforçava as tradições verticalmente antidemocráticas.” (Educação como prática da liberdade p.76-77)
- Pode-se afirmar que há um ponto de vista centrado apenas nas condições impostas pela elite? Se se está preocupado com a participação do povo, porque pensar somente nas condições (ou não condições) trazidas de fora? A Corte traz a possibilidade da democracia e da antidemocracia. Onde está o olhar sobre as possibilidades que o próprio povo traz?
4. Em que medida a “atração de imigrantes”, o “desenvolvimento da economia”, o “grande aumento da produção” e o “desenvolvimento crescente da urbanização” (Educação como prática da liberdade, p. 82 e 83) contribuíram para uma maior participação popular? Uma maior conscientização? Uma participação condicionada por fatores externos, importados, é verdadeiramente democrática, consciente?
5. “Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro O homem moral e a sociedade imoral observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se “responsáveis“ por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo, tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral.
(...) uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições – e a democracia - são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras. O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade.” (Rubem Alves. “Ganhei coragem”)
Coloquei essa citação para levantar uma reflexão sobre os conceitos de “homem-sujeito”, “homem-objeto”, “povo” e “massa” partindo do ponto de vista de coletividade levantado por Niebuhr.
“Quem decide as eleições – e a democracia - são os produtores de imagens.” As imagens têm tanto poder assim sobre o “povo” (ou “massa”?). Como a educação se relaciona com essa questão?

* elaboradas por Deborah Furtado

Perguntas sobre o capítulo 3*
1. Por que a "promessa" contida no título do capítulo "Educação X Massificação", ficou escondida e só aparece timidamente, em pouquíssimas frases sucintas, nas suas 15 páginas?
2. O que foi feito do ISEB? Existe outro instituto que herdou a vocação do ISEB, mesmo que tenha se equivocado  ao longo de sua trajetória? 

* elaboradas por Eugênio Magno

3.
“Se não vivíamos ainda, na verdade, uma fase, como de resto já ressaltamos, em que as ‘mudanças mais importantes se fizessem por meio da deliberação coletiva’, o crescente ímpeto popular nos levaria a este ponto, desde que não houvesse involução nele, que o deformasse, fazendo-o mais emocional que crítico.” (p. 89)
O conceito de “fase de transição” utilizado por Freire não pressupõe uma visão de “processo” como etapas pré-definidas num curso evolutivo determinado (assim como o termo “partejamento” traz a ideia de culminância de um processo natural), contendo também a ideia de uma crescente homogeneização da sociedade (em termos de consciência e participação)?
4. O gosto pelo verbalismo a que Freire alude, na educação brasileira, está presente ainda hoje? Não estaria ele relacionado a uma tradição, uma herança histórica, que privilegia a ciência, o mundo adulto, o professor, assim como as classes dominantes, os interesses econômicos, em detrimento do mundo natural, infantil, imaginário, lúdico, que aparecem como o contraponto sempre ingênuo daquele que está ainda por se desenvolver? (Me parece que o processo de democratização da educação no Brasil começou a partir de cima – da criação de universidades, depois de cursos técnicos, só mais tardiamente priorizando o ensino fundamental e a educação infantil).
5. Paulo Freire expõe essa necessidade sentida pela sociedade da época de incorporar a dimensão técnica ao desenvolvimento e à democracia. Ele alerta para os perigos da desumanização do homem, ponderando que “A solução, na verdade, não pode estar na defesa de formas antiquadas e inadequadas ao mundo de hoje, mas na aceitação da realidade e na solução objetiva de seus problemas. Nem pode estar na nutrição de um pessimismo ingênuo e no horror à máquina, mas na humanização do homem.” (p. 89) e também, “Em nosso caso, assim como não podemos perder a batalha do desenvolvimento, a exigir, rapidamente, a ampliação de nossos quadros técnicos de todos os níveis (a mão-de-obra qualificada no País é de 20% apenas), não podemos perder a batalha da humanização do homem brasileiro.” (p. 97) – Esta posição, ainda que postule o empoderamento das classes populares e a humanização, não reforça o esquema capitalista baseado na exploração do homem e também da natureza?
6. A questão apresentada por Paulo Freire acerca da educação massificada/massificadora, com ênfase nos discursos, na memorização, na reprodução, generalista e ingênua, não se aplica de forma geral, para além do contexto brasileiro, referindo-se então a um modo de reprodução próprio das sociedades baseadas no desenvolvimento econômico?
7. Freire propõe a harmonização entre a posição verdadeiramente humanista e a tecnológica; nesta época a dimensão ecológica não é considerada (o mundo natural, animal, surge várias vezes como contraponto do mundo propriamente humano, como um estágio evolutivo inferior ao do humano e a ser transformado/transcendido). Podemos identificar aí a posição desenvolvimentista? E como ele vem a articular essa posição com a questão ecológica mais tarde?
8. Quando se fala de pensar o Brasil a partir do Brasil, não existe uma ênfase por parte dos intelectuais em destacar as diferenças, atitude que nos leva a copiar modelos importados fáceis (pela ótica desenvolvimentista que busca modelos nos países mais “desenvolvidos”),  ao mesmo tempo em que nos subtraímos à comunicação e às trocas, renovando aquela tradição histórico-cultural de que fala Freire no Capítulo 2, de isolamento interno e externo?
9.
O PRÓPRIO SER EU CANTO
O próprio ser eu canto:
canto a pessoa em si, em separado
– embora use a palavra Democracia
e a expressão Massa.
Eu canto o Corpo
da cabeça aos pés:
nem só o cérebro
nem só a fisionomia
tem valor para a Musa
– digo que a Forma completa
é muito mais valiosa,
e tanto a Fêmea quanto o Macho
eu canto.
A Vida plena de paixão,
força e pulsão,
preparada para as ações mais livres
com suas leis divinas
– o Homem Moderno
eu canto.
Walt Whitman (poeta estadunidense, 1819-1892)
Podemos relacionar o tom deste poema de Walt Whitman com o personalismo?

* elaboradas por Míriam Zadorosny

PERGUNTAS “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO”

Perguntas sobre as “Primeiras Palavras”*:
1- Por que é comum aos que temem a liberdade confundir tal liberdade à manutenção do "status quo" ?
2- Qual a diferença entre Sectarização e Radicalização?
3- Qual a relação da Sectarização com o "medo da liberdade" / Negação da Liberdade?
4- Por que dizer que a Sectarização é reacionária e não revolucionária?
5- Por que a leitura desse livro não pode ser feita por sujeitos Sectários?

*elaboradas por Renata Martins

Perguntas sobre o capítulo 2*:
1. Qual seria a proposta para superar uma educação bancária?
2. Como a consciência se dá para a educação bancária?
3. Como se daria a libertação autêntica?
4. O que seria o caráter profético e esperançoso da educação problematizadora?

*elaboradas por Danúbia Cardênia

5. Qual a visão de ser humano pressuposta pela educação bancária?
6. Há verdadeira produção de conhecimento na educação bancária? O educador exerce realmente um ato de conhecimento?
7. Por que apenas o ser humano é uma espécie educável? O que diferencia educação de adestramento?
8. Relacione os conceitos fundamentais dos capítulos 1 e 2.

*elaboradas por Rodrigo Marcos

Perguntas sobre o capítulo 3*:
1. Em que medida a Palavra e o Amor são constituintes fundamentais do diálogo, e como devem ser empregadas na  práxis  libertadora?
2. Como deve ser empreendido o diálogo entre Educador Humanista e os educandos no exercício de sua atividade educativa?
3. Na elaboração das temáticas ocorre uma (inter-) relação entre as situações limites  e os Temas geradores? Se sim, como ela se  processa  e/ou deve ser processada pelos agentes (educador/educando)  da  educação libertadora?
4. Qual a novidade Metodológica dos Temas Geradores e como atuam na dialética codificação/descodificação da realidade?
5. O que é o Tema do Silêncio, e em alguma medida este pode ser apreendido como um tema gerador?
6. Quais os procedimentos de investigação dos temas geradores, qual sua importância para os processos cognitivos, e como efetuar a partir deles a práxis educativa?
7. O conceito inédito Viável apresentado no  capítulo em estudo pode ser articulado com a vocação ontológica dos homens?

* elaboradas por Eric Renan

8. Como Freire compreende a “palavra autêntica”?
9. Que relação Freire estabelece entre linguagem, pensamento e contexto?
10. O que significa a “redução” de uma temática?
11. O que é o amor na perspectiva freireana? (caridade, justiça social, etc)
12. O que se investiga na “investigação dos temas geradores”? (os homens, o pensar dos homens sobre o mundo, etc)
13. Quais são os sujeitos da investigação dos temas geradores?
14. Qual o papel do educador na visão da educação problematizadora?

* elaboradas por Rodrigo Marcos de Jesus

Perguntas sobre o capítulo 4*:
1. O que é o “quefazer”? Por que apenas os homens são seres do “quefazer”?
2. O que é uma “ação cultural”?
3. Qual a exigência fundamental de uma revolução autêntica?
4. Para Freire a ciência e a tecnologia ajudam ou obstaculizam a humanização?
5. Que críticas à ação da chamada “esquerda política” você destacaria no texto?
6. Contraponha e defina as características das duas formas de ação cultural.
7. Relacione as duas formas de ação cultural com as duas formas de educação analisadas por Freire.
8. Relacione “invasão cultural” e “introjeção do opressor”.
9. Relacione “síntese cultural” e “investigação temática”.
10. Relacione liderança revolucionária e educador problematizador.  

* elaboradas por Rodrigo



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