"Diálogos com Paulo Freire": 2011/1º!

Neste primeiro semestre de 2011 o blog disponibilizará os instrumentos de pesquisa (mapas/sínteses conceituais, perguntas, glossários, bibliografias), textos, etc. produzidos durante a disciplina optativa "Diálogos com Paulo Freire".
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terça-feira, 12 de abril de 2011

Momentos do itinerário freireano


Rodrigo Marcos de Jesus[i]
 
            Neste tópico destacaremos três momentos que consideramos marcantes do itinerário freireano. Eles expressam mudanças não só de contexto, histórico e pessoal, mas também de determinadas preocupações e ênfases do autor. Preferimos denominar tais mudanças de “momentos” e não “fases”, pois mesmo ocorrendo alterações e inovações na forma de Freire elaborar sua visão de mundo e sua filosofia política da educação há algumas orientações teóricas e práticas que se mantêm. O quadro sinótico abaixo destaca as principais características de cada momento.

Educação como Prática da Liberdade (1965)
Pedagogia do Oprimido (1968)
Pedagogia da Autonomia (1996) / Pedagogia da Indignação (1997)
Sociedade Fechada
Educação domesticadora
(massificação)
x
Sociedade Aberta
Educação para liberdade
(povo)
Opressores
Educação bancária
(dominação)
x
Oprimidos
Educação problematizadora
(libertação)
Neoliberalismo
Educação tecnicista
(ética do mercado)
x
Progressistas
Educação crítico-formativa
(ética universal do ser humano)
Sociedade em transição (democratização)
Luta contra as opressões
(humanização)
Outro mundo possível
(humanização, Terra)
Conscientização para o desenvolvimento nacional
Conscientização para libertação
Educar para o sonho e a utopia
Obstáculos:
Autoritarismo e inexperiência democrática
Obstáculos:
Sectarismos (direita e esquerda) e medo da liberdade
Obstáculos:
Fatalismo e indiferentismo
Pedagogia da Comunicação
Pedagogia do Oprimido
Pedagogia da Autonomia e Indignação
Ênfase: indivíduo
Ênfase: classe social
Ênfase: múltiplas opressões
           
O primeiro momento do itinerário de Freire é marcado pela sua atuação como educador de adultos no Brasil nos anos 1950 até o desfecho trágico do golpe civil-militar de 1964. Neste período o país vivia intensas mudanças provocadas pela industrialização e urbanização. No plano político surgem as lideranças populistas e ocorre a emersão de diversos movimentos sociais, como as Ligas Camponesas, o movimento estudantil (a UNE será uma entidade dinâmica e influente), os movimentos de trabalhadores sindicalizados. Há também uma grande efervescência cultural no teatro, no cinema e na música.
            O Brasil passava por profundas transformações tanto em sua estrutura econômica quanto em sua estruturação política e cultural. Freire, num diálogo muito próximo e assumindo em linhas gerais a interpretação que o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) fazia do país, entende que a sociedade brasileira transitava de uma sociedade fechada, alienada econômica e culturalmente, que apresentava como dois grandes obstáculos o autoritarismo e a inexperiência democrática e na qual o povo era um mero objeto manipulado pelas elites, para uma sociedade aberta, autônoma, desenvolvida, que se democratizava e na qual o povo se transformava em sujeito de sua própria história.
            A sociedade em transição passava, então, por um período conflituoso entre um tempo que se esvaziava e um novo que começava a surgir, vivia a tensão entre uma sociedade-objeto e uma sociedade-sujeito. A “democratização fundamental” ensaiada pelo Brasil só se concretizaria, segundo Freire, se juntamente com as transformações econômicas houvesse um trabalho educativo que auxiliasse a formação de uma cultura democrática. Isso resultaria na transformação da massa popular emergente em povo, isto é, sujeito coletivo capaz de optar e decidir autonomamente os rumos da sociedade. A democratização da sociedade e o desenvolvimento nacional, portanto, não seriam obtidos apenas pelo dinamismo econômico.
Naquele período da história brasileira as forças em luta se explicitavam. Era um momento de crise e de alterações tão profundas que colocava de maneira dramática a possibilidade do novo e também de um retorno regressivo ao irracionalismo autoritário, que historicamente terminou por prevalecer.
            O correlato, no plano educacional, do embate político-social entre uma sociedade fechada e uma sociedade aberta era a opção por uma educação domesticadora ou uma educação para a liberdade. A primeira favorecia a massificação e manutenção da sociedade-objeto. A segunda seria um instrumental fundamental à formação do povo e da sociedade-sujeito. Mas essa educação voltada à conscientização para o desenvolvimento nacional, para a constituição de uma sociedade democrática, não poderia ser realizada utilizando-se da pedagogia fomentadora da sociedade autoritária. Daí ser necessária uma pedagogia da comunicação, que permitisse aos indivíduos, principalmente às camadas populares, participarem de modo ativo, enquanto sujeitos, tanto do próprio processo educativo quanto dos processos políticos. 
            Os dois primeiros livros de Freire, Educação e Atualidade Brasileira[ii] e Educação como Prática da Liberdade, retratam o momento inicial do pensamento freireano.
            O segundo momento marca um aprofundamento de temas anteriores e a incorporação de novas preocupações. Freire, que se viu obrigado a sair do Brasil, amplia sua reflexão. Parte agora de uma perspectiva que poderíamos dizer mais universal. A Pedagogia do Oprimido, escrita entre 1967-8 e publicada primeiramente em inglês em 1970, expõe os contornos e principais ideias desse momento.
            Paulo Freire coloca como questão iniludível a humanização. Considera que as manifestações verificadas em distintos locais do mundo – movimentos estudantis, lutas contra as ditaduras e os neocolonialismos, as diversas rebeliões e revoluções – explicitam a questão antropológica fundamental: o que e como estão sendo os homens. Ora postular a humanização como urgência desse tempo é constatar o seu contrário, a desumanização.
            A desumanização implica o reconhecimento da existência de relações de opressão. Freire, então, desenvolve toda uma discussão sobre a contradição entre opressores e oprimidos. Dois pontos devem ser observados nessa discussão. O primeiro com relação à utilização das próprias categorias. Ao trabalhar as noções de opressor e oprimido o filósofo brasileiro enfatiza a questão das classes sociais. Contudo, a ênfase não significa redução ou identificação dessas categorias à dimensão de classe, tal como no marxismo. Elas operam de modo mais amplo. Permitem compreender a dinâmica da opressão em seus níveis social e pessoal e demonstrar como, ao mesmo tempo e em diferentes esferas, um mesmo indivíduo pode ser oprimido (enquanto classe econômica) e opressor (por exemplo, nas relações de gênero)[iii]. O segundo ponto se refere às formas da desumanização. Freire considera que a desumanização afeta diferenciadamente opressores e oprimidos. Sua posição é radical (no sentido de ir à raiz): não há autêntica liberdade, e portanto realização do ser humano, na opressão. O opressor tem sua humanidade distorcida, porque liberdade para oprimir não é liberdade e sim um exercício sádico e necrófilo, significa transformar o outro em objeto de posse. O oprimido tem sua humanidade roubada porque impossibilitado do exercício da liberdade, de construir de maneira autônoma sua própria existência.
Desse modo, Freire afirma a necessidade da libertação tanto de opressores quanto de oprimidos. Libertação implica a quebra da estrutura opressora e a restauração da humanidade em ambos. É ação de conquista ou reconquista da liberdade. É humanização do mundo. E só pode ser concretizada pelos oprimidos, uma vez que o poder dos opressores visa manter a ordem opressora. 
A libertação de que fala o educador demanda ação política e ação cultural. Ou seja, se concretiza através da ruptura da estrutura econômico-sócio-política e da transformação pedagógico-cultural. Requer modificações objetivas e subjetivas, do mundo e das consciências. Paulo Freire identifica na sociedade opressora uma prática pedagógica que favorece a dominação: a educação bancária. Esta mantém a ingenuidade dos homens e visa seu ajustamento ao mundo da opressão. Uma sociedade em processo de libertação não pode estabelecer uma educação desse tipo nem utilizar-se de seus instrumentos, por isso o filósofo da educação procura elaborar uma nova pedagogia. Caracteriza-a como uma pedagogia do oprimido. Ela parte do mundo da opressão e da percepção que o oprimido tem da dominação para problematizar esse mundo e essa percepção, que se mostra na maioria das vezes ingênua. Postula-se, assim, uma educação problematizadora, que questione os homens em suas relações com o mundo. Essa educação tem sua base fundamental no diálogo entre educador e educandos (e no plano político, entre liderança e povo), busca a emersão das consciências e a inserção crítica na realidade a ser transformada. A educação como conscientização dirige-se à libertação.
Um dos obstáculos que, segundo Freire, dificultavam à época o processo libertador eram o sectarismos de direita, que tentava manter o status quo, e de esquerda que, desconfiando da capacidade de pensar do povo e ignorando a imprescindível ação pedagógica da luta revolucionária, acabava por contradizer-se. Outro grande obstáculo era o medo da liberdade, verificável nos opressores, que temiam perder a suposta “liberdade” com o fim do status quo dominante, e também nos oprimidos, que apresentavam receio em assumir a liberdade da criação de uma nova situação (não mais opressora) e de ao assumi-la sofrerem maiores repressões. 
Além da Pedagogia do Oprimido – obra maior desse segundo momento da trajetória freireana e, a nosso ver, uma das obras fundadora do pensamento de libertação na América Latina e no Brasil[iv] – podemos citar outros três textos relevantes: Extensão ou Comunicação? (1968); Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos (coletânea de textos redigidos entre 1968-74 e publicada em 1975) e Cartas à Guiné-Bissau (1977). A Pedagogia da Esperança (1992), que tem como subtítulo “reencontro com a Pedagogia do Oprimido”, é um texto expressivo dos dois últimos momentos do pensamento de Freire. Nele o autor, como afirma o subtítulo, retoma e discuti vários pontos da Pedagogia do Oprimido e sinaliza as mudanças pelas quais passou sua reflexão. Pode ser lido como uma espécie de “texto de transição”.    
O terceiro momento do itinerário de Freire repercute a nova configuração do mundo e da sociedade brasileira a partir dos anos 1990. Duas obras se destacam: Pedagogia da Autonomia (1996) e Pedagogia da Indignação (1997). Esta última inacabada e publicada postumamente no ano 2000.              
            Sem abandonar as formulações teóricas anteriores, ao contrário, aprofundando-as, Freire identifica no novo cenário do final do século XX dois grupos sociais com projetos políticos e pedagógicos antagônicos. De um lado, os neoliberais[v], de outro, os progressistas. Os primeiros afirmam o fim da história e o modelo neoliberal como única alternativa econômica e política, mesmo que esse modelo se revele extremamente injusto do ponto de vista social. Além disso, proclamam a morte das ideologias e o fim das utopias. Terminam por reforçar o status quo opressor e negador da liberdade dos oprimidos. No plano ético, defendem a ética do mercado, reforçadora dos individualismos, do “vale tudo” e da busca incessante pelo lucro. A educação que condiz com o neoliberalismo é uma educação tecnicista, que desconsidera a finalidade da educação e sua dimensão política intrínseca. Não leva em conta que toda educação opta, explícita ou implicitamente, a favor ou contra um determinado projeto de sociedade. Nesse sentido, para o neoliberalismo, a educação seria neutra e visaria basicamente a uma aprendizagem de técnicas e competências a serviço do mercado.
            Já os progressistas são contestadores dessa ordem hegemônica neoliberal. Procuram desocultar a ideologia que a sustenta através de uma análise crítica de seus fundamentos e de suas consequências. Denunciam o caráter anti-histórico e, portanto, fatalista do neoliberalismo e o seu cinismo e indiferentismo com relação ao sofrimento humano. Contrapõem à ética do mercado a ética universal do ser humano, que postula a humanização, a luta em favor dos direitos humanos, o que inclui também a luta pela preservação e cuidado do planeta[vi]. A perspectiva progressista é necessariamente democrática, considera a história de maneira não-determinística e por isso vislumbra a chance de um outro mundo possível, mais humano e justo. No plano educacional condiz com essa perspectiva uma educação de caráter crítico-formativo, que não desconhece a imprescindível aprendizagem técnica mas a inscreve como um dos momentos de um processo amplo de formação, que leva em conta a finalidade e a politicidade da educação. Daí Freire pensar uma educação que incorpore o sonho e a utopia – que não é o irrealizável, porém a dialetização dos atos de denúncia da estrutura desumanizadora e anúncio da estrutura humanizante – como dimensões fundamentais nesses tempos de suposta morte das utopias e adequação às exigências do mercado. A pedagogia defendida pelo educador é, pois, uma pedagogia da autonomia e da indignação, e não do treinamento mecânico de determinados comportamentos e da adaptação ao mundo.
            Interessante observar nesse terceiro momento do itinerário do filósofo brasileiro a ênfase dada ao aspecto múltiplo da opressão. Aí se reforça e se explicita ainda mais sua visão dialética da opressão que abarca, como salientamos, as questões econômicas, sociais, étnico-raciais, culturais, de gênero, dentre outras.



[i] Trecho do artigo “Paulo Freire: pedagogo e filósofo” do livro Delmar Cardoso (org.). Pensadores do Século XX. São Paulo: Loyola (no prelo).
[ii] Tese escrita em 1959 para um concurso de professor de História e Filosofia da Educação na Universidade de Pernambuco. Teve na época uma edição pequena e de circulação limitada. Uma nova edição, acrescentada de introduções e contextualizações de especialistas, foi publicada em 2001.
[iii] Exemplo: o homem trabalhador que é oprimido pelo patrão pode, ele mesmo, converter-se no opressor da mulher. O capítulo 1 da Pedagogia do Oprimido apresenta a contradição opressor-oprimido em toda sua dialeticidade.
[iv] Vários autores consideram Freire um dos fundadores da perspectiva de libertação, associando inclusive aos inícios da teologia da libertação. No entanto, nos parece faltar um estudo histórico-filosófico mais amplo e sistemático que percorra os caminhos e os desdobramentos da emergência da consciência libertadora em nosso país e na América Latina. Ensaiamos algo nesse sentido no capítulo 1 de nosso livro Cristianismo libertador: religião e política em Leonardo Boff. São Paulo: Loyola, 2010.
[v] Uma excelente crítica ao neoliberalismo é o livro de David Harvey O Neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Loyola, 2008.
[vi] Nas últimas obras percebe-se uma preocupação de Freire com a temática ecológica. Ele inclusive pertencia à comissão internacional de elaboração da Carta da Terra, importante documento que considera as interdependências entre pobreza, degradação ambiental, injustiça sócio-econômica, democracia, ética, espiritualidade e paz. Com sua morte em 1997, Leonardo Boff o substitui na comissão.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A Renovação da Psicanálise por Erich Fromm


Abaixo texto introdutório sobre o pensamento de Erich Fromm, autor importante com quem Freire dialoga, sobretudo na “Pedagogia do Oprimido”.

A Renovação da Psicanálise por Erich Fromm

Nildo Viana*

Erich Fromm é um dos psicanalistas mais populares do mundo e, ao mesmo tempo, um dos menos considerados nos meios acadêmicos. A sua popularidade pode ser vista em suas inúmeras obras publicadas e reeditadas em vários países. A imagem negativa que ele possui nos meios acadêmicos se deve, por um lado, a algumas de suas afirmações e concepções e, por outro, à sua própria popularidade, que provoca um preconceito acadêmico de uma elite intelectual que quer um distanciamento em relação ao “grande público”.

Fromm nasceu na Alemanha e foi um dos fundadores do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, que mais tarde se tornaria conhecido como Escola de Frankfurt, ao lado de Karl Korsch e vários outros pesquisadores, que depois passou a ser identificada com os nomes de Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e Herbert Marcuse. Fromm participou da pesquisa sobre “a personalidade autoritária”, que previu a ascensão do nazismo. As primeiras obras de Fromm são marcadas por um freudismo ortodoxo (Dobrenkov, 1978); depois, ele se torna um dos principais representantes do que se convencionou chamar “neofreudismo”, “revisionismo”, “freudo-marxismo” e “culturalismo” dentre outras expressões. Embora Fromm fosse colocado junto com os demais “revisionistas”, “culturalistas” e “freudo-marxistas”, ele ao mesmo tempo em que se aproximava de várias teses culturalistas de Karen Horney, Suliwan e outros, bem como do freudo-marxismo de Reich, para citar apenas alguns nomes, também se diferenciava e assumia uma posição distinta em vários aspectos.

Após a ascensão do nazismo, Fromm, tal como muitos intelectuais de sua época, abandona a Alemanha e vai para os Estados Unidos. Neste país ele irá produzir suas obras mais conhecidas e importantes, se tornando um dos grandes nomes da psicanálise a nível mundial. A sua trilogia composta pelos livros A Análise do Homem; O Medo à Liberdade e Psicanálise da Sociedade Contemporânea se tornou uma das mais importantes do século 20 para a psicanálise. Sua tentativa de unir psicanálise e marxismo também foi importante e foi expressa mais explicitamente em suas obras Meu Encontro com Marx e Freud e A Crise da Psicanálise. Os seus estudos sobre variadas questões (aldeia camponesa, destrutividade humana, história da psicanálise, pensamento de Marx, pensamento de Freud, religião, amor, contos de fada, etc.) possuem um fio condutor que perpassa toda a sua obra. A base do seu pensamento é um humanismo radical que se inspira fundamentalmente nas teses de Marx e Freud.

Fromm parte da idéia de natureza humana para unir Marx e Freud e elaborar sua concepção de psicanálise. Em O Conceito Marxista do Homem, Fromm abre a discussão em torno da alienação e da natureza humana exposta nos Manuscritos de Paris, escritos por Marx, o que será desenvolvido em outras obras. A sociedade de classes produz a alienação e esta é uma negação da natureza humana.

“Deu-nos Marx uma definição da ‘essência da natureza humana’, da ‘natureza do homem em geral’? Deu, sim. Nos Manuscritos Filosóficos, Marx define o caráter específico dos seres humanos como ‘atividade livre e consciente’, em contraste com a natureza do animal, que ‘não distingue a atividade de si próprio... e é a sua atividade’. Em seus escritos posteriores, embora tenha abandonado o conceito de ‘caráter da espécie’, a ênfase continua sendo a mesma: a atividade como característica da natureza não-mutilada e não-fragmentada do homem. Em O Capital, Marx define o homem como um ‘animal social’, criticando a definição de Aristóteles do homem como ‘animal político’ como sendo ‘tão característica da antiga sociedade clássica quanto a definição de Franklin do homem como ‘animal fabricante de ferramentas’ é característica do reino ianque’. A psicologia de Marx, assim como sua filosofia, é uma teoria da atividade humana e concordo inteiramente com a opinião de que a maneira mais adequada para descrever a definição de homem de Marx é a de um ser de práxis (...) (Fromm, 1977, p. 63).

Fromm critica aqueles que deformaram o pensamento de Marx, transformando-o num economicista e empobrecendo o seu pensamento e também critica Freud e sua concepção de homem como ser fechado e movido pelas forças da autopreservação e instintos sexuais (Fromm, 1977). As críticas de Fromm a Freud (1977; 1980) abrem espaço para ele partir da concepção de natureza humana em Marx e assim apresentar uma renovação da psicanálise num sentido freudo-marxista, indo além de várias outras tentativas neste sentido, tais como a de Osborn (1966), Reich (1973), entre outros. Ele se afasta da concepção biologista de natureza humana expressa por Freud e retoma a concepção de Marx (De La Fuente, 1989), entendendo a produtividade – termo que se presta a equívocos, como veremos adiante – como característica fundamental da natureza humana (Fromm, 1978).

Sem dúvida, é a partir desta concepção de natureza humana que emerge o seu humanismo e que vai estar presente na sua concepção de ética, de psicanálise, de marxismo e de socialismo. É também a base da renovação da psicanálise empreendida por Fromm. É por isso que Fromm irá revalorar a cultura e as relações sociais para explicar o ser humano e seu psiquismo. O modelo biologista de Freud é criticado, incluindo sua concepção da existência de um “instinto de morte” (Fromm, 1975). Fromm explica o ser humano como potencialmente bom, e somente em condições adversas pode desenvolver uma potencialidade secundária, tornando-se mau (Fromm, 1965).

Uma de suas teses mais interessantes é a do caráter social. Fromm encontra alguns tipos de caráter social que podem ser divididos entre aqueles que possuem orientação produtiva e aqueles que possuem orientação improdutiva. As orientações improdutivas são a receptiva, a exploradora, a acumulativa e a mercantil e as produtivas são reduzidas a uma só, que é a do ser humano que manifesta a essência humana, que realiza a produtividade (Fromm, 1978). Ao contrário de Freud, cuja base fundamental do caráter estaria nos vários tipos de organização da libido, Fromm pensa o caráter social a partir da relação da pessoa com o mundo que, no curso de sua vida, ocorre por meio do processo de adquirir e assimilar coisas e na relação com as demais pessoas e consigo mesmo, o que significa que é social. A função do caráter social é moldar os indivíduos no sentido de agir na direção exigida pela sociedade. O caráter social produz o desejo de agir no sentido de que a sociedade exige e produz no indivíduo a satisfação ao agir de acordo com as exigências da cultura e assim realiza uma mediação entre o modo de produção e as idéias dominantes em uma determinada sociedade (Fromm, 1979).

As orientações de caráter improdutivas são as seguintes: a) receptiva: a pessoa pensa que tudo que é bom está fora dela e espera receber tudo de uma fonte exterior, sendo que o fundamental nesta orientação é ser amado e não amar; b) exploradora: a pessoa também pensa que o bem está no exterior, mas busca tomá-lo por meio da astúcia ou da força; c) acumulativa: as pessoas com esta orientação, ao contrário das anteriores, não têm fé no mundo exterior e sua meta é acumular e poupar, sendo que gastar é visto como uma ameaça; d) a orientação mercantil passa a predominar na sociedade moderna e está intimamente ligada à expansão mercantil e o capitalismo, sendo produto da mercantilização das relações sociais e dominando o indivíduo na sociedade capitalista, que “se sente ao mesmo tempo como o vendedor e a mercadoria a ser vendida no mercado”; “sua auto-estima depende de condições que escapam ao seu controle. Se ele tiver sucesso, será ‘valioso’; se não, imprestável, o que gera a luta constante pelo sucesso”. A orientação mercantil é a predominante na sociedade moderna e é o que gera a opção pelo ter ao invés do ser (Fromm, 1987; Fromm, 1992). Estas orientações de caráter podem se mesclar num indivíduo concreto e o tipo de caráter predominante nos indivíduos é um produto social.

A orientação de caráter produtivo aponta para um ser humano que se relaciona de forma produtiva com o mundo e com as pessoas, desenvolvendo o amor e o pensamento produtivos, que se manifestam na ética humanista. O amor produtivo não é possessivo e nem se reduz ao amor sexual. O amor produtivo tem sua base na produtividade e é o amor autêntico, que tem como exemplo máximo o amor materno e é marcado pelo desvelo, responsabilidade, respeito e conhecimento (Fromm, 1978). É por isso que o amor produtivo é desintegrado na sociedade capitalista contemporânea (Fromm, 1990).

O pensamento produtivo não é aquele que espera tudo do exterior – solicitando e esperando recebê-lo dos outros, como na orientação receptiva, ou tomando e plagiando como no caso da orientação exploradora. Também não é uma fortaleza que se isola e se poupa como na orientação acumulativa ou, ainda, um mero valor de troca utilizado para conquistar o sucesso e por isso segue as modas, tal como na orientação mercantil. O pensamento produtivo é aquele que possui interesse e reage ao seu “objeto”, e, ao mesmo tempo, o respeita, buscando compreendê-lo, a vê-lo como realmente é, tendo também uma visão total e não fragmentária dele. Fromm opõe consciência humanista e consciência autoritária:

“A consciência humanista é a expressão do interesse próprio e integridade, ao passo que a consciência autoritária preocupa-se com a obediência, abnegação e dever do homem ou com seu ‘ajustamento social’. A meta da consciência humanista são a produtividade e, portanto, a felicidade, posto que esta é o concomitante necessário da vida produtiva. Prejudicar a si mesmo tornando-se um instrumento de outros, não importando quão dignos esses aparentem ser, ser ‘desprendido’, infeliz, resignado, desencorajado, opõe-se aos reclamos da consciência da pessoa; qualquer violação da integridade e o funcionamento adequado de nossa personalidade – tanto no que se refere ao pensamento quanto a ação e mesmo a assuntos como preferência de alimentos ou comportamento sexual – são uma intervenção contra a consciência da pessoa” (Fromm, 1978, p. 140).

Estas são as bases da ética humanista e da psicanálise de Erich Fromm. Sua discussão sobre orientação de caráter será fundamental para sua “psicologia do nazismo”, na qual Fromm busca explicar a emergência da barbárie nazista. Ele explica tal emergência a partir das condições sociais da Alemanha e do processo de crise que atingiu sobremaneira a classe média, que perdeu status com a ascensão da classe operária e a tentativa de revolução proletária, e teve prejuízos financeiros com a crise alemã e ainda teve a família – “o último baluarte da segurança da classe média” – sido solapada com a redução da autoridade do pai e o declínio da moralidade desta classe. Estes acontecimentos proporcionaram um grande “montante de frustração social”, que acabou se convertendo em uma fonte importante do nazismo. O sentimento de impotência, angústia e isolamento e a destrutividade que o acompanha ao lado do ressentimento dos camponeses diante de seus credores urbanos constituem a base humana que não foi a causa do nazismo, mas sem a qual ele não poderia ter sido criado e se tornado vitorioso. Fromm retoma um dos princípios metodológicos fundamentais do marxismo ao reivindicar a necessidade de uma análise da totalidade das relações sociais, incluindo não apenas as condições econômicas e políticas, mas também as psicológicas. Fromm lembra que o papel das classes proprietárias (junkers semifalidos e a classe capitalista) é fundamental e sem o apoio destas o nazismo jamais teria sido vitorioso, mas o seu foco é as condições psicológicas e não as condições econômicas e políticas, tal como o financiamento do nazismo pelas grandes empresas capitalistas.

“Vimos, pois, que certas mudanças socioeconômicas, sobretudo a decadência da classe média e o poder crescente do capital monopolista, tiveram profundo efeito psicológico. Estes efeitos foram acentuados ou sistematizados por uma ideologia política – tal como o haviam sido por ideologias religiosas no século XVI, – e as forças psíquicas assim despertadas passaram a agir em sentido oposto aos dos interesses econômicos originais daquela classe. O nazismo ressuscitou psicologicamente a classe média inferior, ao mesmo tempo que participava da demolição de sua antiga posição socioeconômica. Ele mobilizou suas energias emocionais para convertê-las em uma força importante na luta pelas metas econômicas e políticas do imperialismo alemão” (Fromm, 1981, p. 176).

Fromm acrescenta outros elementos, tal como a estrutura da personalidade de Hitler e o sadismo e masoquismo que formam os impulsos básicos a serviço do nazismo, sendo que o sadismo foi amplamente utilizado pelos líderes, mas também por amplas camadas da população contra judeus e comunistas, entre outros grupos sociais perseguidos. O masoquismo é o seu complemento e atinge as massas, fundamentalmente, convertidas ao caso de defender um “governo forte”. A orientação de caráter autoritária é predominante e aliada com a orientação de caráter receptiva, que se complementam.

A psicanálise humanista de Fromm vai além da tipologia do caráter e suas influências na sociedade e no processo histórico, pois ele irá questionar as próprias bases da sociedade moderna, anti-humanista e mercantil. Fromm faz em uma de suas principais obras, Psicanálise da Sociedade Contemporânea, uma extensa análise do homem no capitalismo, discutindo novamente a questão do caráter social e os processos sociais gerados pelo capitalismo que terá grande influencia sobre ele, tal como a quantificação/abstratificação, a alienação, a burocratização e mercantilização.

Fromm coloca estes processos sociais mostrando que até mesmo as organizações surgidas das lutas dos trabalhadores, como partidos e sindicatos, se tornam organizações burocráticas. Sua crítica da democracia moderna surge neste contexto:

“Na realidade, o funcionamento da máquina política em um país democrático não difere essencialmente do procedimento que se segue no mercado de mercadorias. Os partidos políticos não são muito diferentes das grandes empresas comerciais, e os políticos profissionais se esforçam por vender seus artigos ao público. Seu método se assemelha cada vez mais ao da publicidade a alta pressão” (Fromm, 1976, p. 185).

É neste contexto que Fromm irá abordar os efeitos destas relações sociais sobre a saúde mental. Assim, ele abre espaço para questionar a idéia de normalidade. A normalidade é uma idéia que o indivíduo deve se submeter ao que é considerado norma em determinada cultura. A questão que Fromm coloca é que a qualificação de anormalidade está na dependência de uma concepção de normalidade que é a adaptação do indivíduo a determinadas relações sociais, mas que é preciso saber se tais relações são saudáveis. Se tais relações sociais não são saudáveis, então a adaptação a elas não significa que o indivíduo seja saudável mentalmente, mas, ao contrário, significa que ele compartilha com a maioria uma mesma “doença psíquica”. Nesse tipo de sociedade, o indivíduo considerado socialmente anormal é mais saudável mentalmente (“normal”, num sentido mais amplo) do que outros. Segundo Fromm:

“O que é muito enganoso no tocante ao estado mental dos indivíduos de uma sociedade é a ‘validação consensual’ de seus conceitos. Supõe-se, ingenuamente, que o fato de a maioria das criaturas compartilhar certas idéias e sentimentos prove a validez dessas idéias e sentimentos. Nada está mais afastado da verdade. A validação consensual não tem, como tal, qualquer impacto sobre a razão ou saúde mental. Assim como existe uma ‘folie à deux’, existe uma ‘folie à millions’. O fato de milhões de criaturas compartilharem os mesmos vícios não os transforma em virtudes, o fato de elas praticarem os mesmos erros não os transforma em verdades e o fato de milhões de criaturas compartilharem a mesma forma de patologia mental não torna essas criaturas mentalmente sadias” (Fromm, 1976, p. 28).

Após sua crítica da sociedade contemporânea, Fromm apresenta sua proposta de um socialismo humanista, no qual o ser humano poderia realizar sua natureza humana. Após criticar o “socialismo real” – que ele denominou “capitalismo de Estado” em sua obra Conceito Marxista do Homem e posteriormente como socialismo em Psicanálise da Sociedade Contemporânea – ele propõe o “socialismo comunitário humanista”, como modelo alternativo de socialismo, bem distinto do modelo soviético, cujo foco seria as relações sociais e não a questão da propriedade e no qual o trabalho empregaria o capital e não o contrário (Fromm, 1976; 1984b).

Este breve resumo das idéias básicas de Fromm é muito incompleto e incipiente. Seria necessário acrescentar suas incursões sobre “linguagem simbólica”, os sonhos (Fromm, 1983), sobre o inconsciente social (Fromm, 1984a; Viana, 2002), a tecnologia (Fromm, 1984c), a religião (Fromm, 1966 e outras obras), a destrutividade (Fromm, 1975), entre várias outras. Também não é possível expor os debates e críticas que foram endereçadas a Fromm, especialmente a de Marcuse, Lucien Sève, Dobrenkov. Porém, uma avaliação geral da obra de Fromm é fundamental, mesmo que breve e incompleta.

Um dos principais méritos de Fromm foi a sua crítica da sociedade capitalista e ao processo de desumanização que ela provoca. A sua percepção da burocratização e da mercantilização, que já havia sido feita por outros antes dele, mas que ele forneceu uma análise psicanalítica, é outro mérito de sua obra. A valoração das idéias e do psiquismo para explicar os fenômenos sociais, tal como o caso do nazismo, também merece ser ressaltado, entre outros.

Porém, sua obra também tem pontos problemáticos, pois ao superar o biologismo de Freud, Fromm acaba caindo no culturalismo e retira do conceito de inconsciente (e do termo derivado inconsciente social) a base biológica e acaba ofuscando a radicalidade do conceito. Ao incluir o psiquismo na análise das relações sociais e dar um passo no sentido de uma percepção mais ampla da realidade, concebida como totalidade, acaba se limitando ao excluir da análise os aspectos vitais, “biológicos”, e sua concepção culturalista se torna problemática devido a isto. Outro limite se encontra em seu humanismo abstrato, pois parte de uma concepção correta de natureza humana, mas que não chega a perceber a questão fundamental das classes sociais e das lutas de classes e por isso sua ética humanista também se revela limitada, tal como sua proposta de mudança social. Fromm atribui ao indivíduo uma tarefa hercúlea e muitas vezes cai ingenuamente em receitas de solução individual numa sociedade repressiva. Isso lhe valerá a crítica correta de Marcuse, que o compara com as receitas do “poder do pensamento positivo” (Marcuse, 1986) e certamente este é um dos motivos da popularidade de Fromm e de seu sucesso no mercado editorial. No entanto, se neste aspecto a crítica de Marcuse foi correta, nos demais é permeada por equívocos, inclusive em torno da palavra produtividade, que ele interpreta no sentido oferecido pela ciência econômica e não no sentido amplo oferecido por Fromm (Viana, 2008).

Parte dos equívocos de Fromm é de origem metodológica, já que lhe falta um maior domínio do método dialético e do materialismo histórico. Sua interpretação de Marx também se revela problemática em alguns aspectos, tal como no que se refere ao conceito de alienação e concepção de socialismo, por se basear apenas nas obras mais conhecidas de Marx. A sua defesa da totalidade é limitada devido ao problema que ele mesmo identificou várias vezes: a especialização. Por ser psicanalista, embora erudito e que adentrava sobre questões culturais, sociais, políticas e econômicas, o fazia de forma bastante restrita nos dois últimos domínios. Sua análise política e econômica era marcada por equívocos devido a pouca profundidade que ela manifestava.

As soluções apresentadas por Fromm, tal como o seu “socialismo comunitário”, que não conseguiu ir além das relações de produção capitalistas, apenas mudando a relação entre trabalho e capital ao invés de aboli-la, mostra novamente sua limitação metodológica e na compreensão das relações sociais e de produção. Sua concepção de socialismo se revela um capitalismo reformado, democrático e redistributivo, muito distante da proposta de Marx do “autogoverno dos produtores”, da autogestão social.

Porém, não é possível desconsiderar as contribuições de Fromm e que ele, mesmo com seus equívocos, é uma referência fundamental para analisar a sociedade contemporânea e um dos grandes intelectuais do século 20. Ele também foi um dos principais responsáveis pela renovação da psicanálise, promovendo a percepção da necessidade de incluir as relações sociais e a cultura na busca de compreensão dos fenômenos psíquicos, o que era uma necessidade teórica e, apesar de seus exageros neste sentido, foi um antídoto para os exageros que iam no sentido contrário e abriu novas perspectivas para a psicanálise.

Referências:
DE LA FUENTE, Ramón. El Pensamiento Vivo de Erich Fromm. México, Fondo de Cultura Económica, 1989.
FROMM, Erich. A Arte de Amar. São Paulo, Itatiaia, 1990.
FROMM, Erich. A Crise da Psicanálise. Freud, Marx e a Psicologia Social. 2ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1977.
FROMM, Erich. A Linguagem Esquecida. Uma Introdução ao Entendimento dos Sonhos, Contos de Fadas e Mitos. 8ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1983.
FROMM, Erich. A Revolução da Esperança. Por uma Tecnologia Humanizada. 5ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1984c.
FROMM, Erich. Análise do Homem. 10ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1978.
FROMM, Erich. Anatomia da Destrutividade Humana. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.
FROMM, Erich. Da Desobediência e outros ensaios. Rio de Janeiro, Zahar, 1984b.
FROMM, Erich. Do Ter ao Ser. Rio de Janeiro, Manole, 1992.
FROMM, Erich. Grandeza e Limitações no Pensamento de Freud. Rio de Janeiro, Zahar, 1980.
FROMM, Erich. Meu Encontro com Marx e Freud. 7ª edição, Rio de Janeiro, 1984a.
FROMM, Erich. O Coração do Homem. Rio de Janeiro, Zahar, 1965.
FROMM, Erich. O Medo à Liberdade. 13ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1981.
FROMM, Erich. Psicanálise da Sociedade Contemporânea. 8ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1976.
FROMM, Erich. Psicanálise e Religião. Rio de Janeiro, Livro Ibero-Americano, 1966.
FROMM, Erich. Ter ou Ser? 4ª edição, Rio de Janeiro, Guanabara, 1987.
MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização. Uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud. 8a Edição, Rio de Janeiro, Guanabara, 1986.
OSBORN, Reuben. Psicanálise e Marxismo. Rio de Janeiro, Zahar, 1966.
REICH, Wilhelm. Materialismo Dialético e Psicanálise. Lisboa, Presença, 1973.
VIANA, Nildo. Inconsciente Coletivo e Materialismo Histórico. Goiânia, Edições Germinal, 2002.
VIANA, Nildo. Universo Psíquico e Reprodução do Capital. Ensaios Freudo-Marxistas. São Paulo - Escuta, 2008.



* Professor da UEG; Doutor em Sociologia pela UnB; Pós-Doutorando em Psicologia da Educação pela PUC-SP; autor dos livros Senso Comum, Representações Sociais e Representações Cotidianas (Bauru, Edusc, 2008); Heróis e Super-Heróis no Mundo dos Quadrinhos (Rio de Janeiro, Achiamé, 2005); Manifesto Autogestionário (Rio de Janeiro, Achiamé, 2008), A Esfera Artística (Porto Alegre, Zouk, 2007), Introdução à Sociologia (Belo Horizonte, Autêntica, 2006), entre outras. Nazismo: exemplo da destrutividade humana, um das preocupações do humanista Fromm.
Fonte: Site da UEG; site Tita Ferreira


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