"Diálogos com Paulo Freire": 2011/1º!

Neste primeiro semestre de 2011 o blog disponibilizará os instrumentos de pesquisa (mapas/sínteses conceituais, perguntas, glossários, bibliografias), textos, etc. produzidos durante a disciplina optativa "Diálogos com Paulo Freire".
Participe enviando comentários e sugestões!

Mapas/Sínteses

MAPAS/SÍNTESES CONCEITUAIS DE “EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE”

Cap. 1 – A sociedade brasileira em transição*
Objetivo do capítulo: expor o contexto de transição do Brasil
- Chaves de leitura: ideia de ser humano e ideia de sociedade. Esse núcleo fundamenta a concepção de educação.
- Polos de análise que se inter-relacionam: o político e o pedagógico

Divisão subtemática do capítulo*:
- Reflexões antropológicas e sobre o trânsito das épocas históricas: p. 39-46
- Características da sociedade brasileira em trânsito: p. 46-9 e 53-8
- Comparação entre radical e sectário: p: 50-2
- Níveis de consciência: p. 59-64
* referências da 16ª edição de Educação como prática da liberdade

                         Concepção de ser humano. Comparação entre homem e animal.

Relação (no e com o mundo)

Contato (no mundo)

Esfera humana
Esfera animal
Humanização
Desumanização
Integração
Acomodação
Liberdade
Ajustamento
Reflexiva
Reflexa

* elaborado por integrantes do Laboratório de Pesquisa

Capítulo 2 – Sociedade fechada e Inexperiência democrática*
Sociedade colonial predatória
·         Interesse comercial/Feitorias;
·         Sem projetos de povoamento;
·         Latifúndios;
·         Engenhos;
·         Escravidão;
·         Paternalismo;
·         Ausência de vivência comunitária;
·         Povo oprimido pelos senhores de terra;
·         Mandonismo e ausência de diálogo;
·         Povo submisso sem responsabilidade política
·         Estado messiânico
·         Solidariedade privada

Sociedade urbana
·         Sem experiência democrática;
·         Ausência de solidariedade política;
·         Autarquias;
·         Povo oprimido pelos governadores-gerais, capitães-gerais,vice-reis,etc
·         Alienação cultural ( importação de experiência democrática sem considerar o contexto brasileiro)

* elaborado por Eliane Dantas

Cap. 3 -  Educação “Versus” massificação
Mapa A*
* Preocupação em encontrar resposta no campo da pedagogia às condições da fase de transição brasileira.
* Para Freire a contribuição do educador para a sociedade é a oferta de crítica e criticizadora. Mudança da transitividade ingênua para crítica.
* O aumento da riqueza não está somente relacionado com o desenvolvimento da democracia.
* As elites, com medo da emersão popular, tentam travar esse processo através do paternalismo.
* Adesão à necessidade das reformas profundas, como fundamento para o desenvolvimento e este para a própria democracia.
* O clima de irracionalismo se exacerbava, dando surgimento às posições sectárias.
* Grande parte do povo, emergente mas desorganizado, ingênuo e despreparado, com fortes índices de analfabetismo e semi-analfabetismo, passava a joguete dos irracionalismos.
* A classe média se preocupava com a emersão popular, porque temia perda de privilégios e temia sua proletarização.
* A sociedade necessitava de reforma que atingisse a organização e o trabalho educacional, ultrapassando os limites pedagógicos. Necessitava de uma educação para a decisão, para a responsabilidade social e política.
* Uma educação para o desenvolvimento e para a democracia haveria de ser a que oferecesse ao educando instrumentos com que resistisse aos poderes do desenraizamento de que a civilização industrial está amplamente armada.
* Necessidade de uma educação que possibilitasse ao homem a discussão das suas problemáticas e da sua inserção nestas. Conscientizar dos problemas para que possa ter força para lutar contra.
* O homem massificado deixa de assumir posturas críticas diante da vida. Excluídos da órbita das decisões, é comandado pelos meios de publicidade, a tal ponto que, em nada confia ou acredita, se não ouviu no rádio, na televisão ou se não leu nos jornais.
* O homem brasileiro aprenderia democracia ganhando responsabilidade social e política. (pág. 92)
* Necessidade de uma educação que propicie ao educando as experiências dos debates e das análises dos problemas, e condições de participação. Educação que substituísse a passividade dos brasileiros por hábitos de participação e ingerência.
* Nossa educação não é teórica porque falta o gosto da comprovação, da invenção e da pesquisa.
* Dois problemas: superar o analfabetismo e a inexperiência democrática.
* Quanto mais crítico um grupo humano, mais democrático e permeável, em regra. Quanto menos criticidade em nós, mais ingenuamente tratamos os problemas e discutimos superficialmente os assuntos.
* Considerava que a educação da época enfatizava nos indivíduos posições ingênuas, à passividade, ao conhecimento memorizado.
* Com a transição, cresceu a preocupação em fazer com que os indivíduos se identifiquem com a realidade.
* elaborado por Josiane Freitas
Mapa B*
Concepção pedagógica contrapondo-se à Pedagogia Tradicional.

Freire encontra resposta na Pedagogia às condições da transição brasileira, pois entendia que tais contribuições trazidas pelos educadores à sociedade haveria de ser uma EDUCAÇÃO CRÍTICA.

INGÊNUA CRÍTICA.

Segundo Freire a levaria a uma educação para a decisão SOCIAL e POLÍTICA, com o objetivo de tecer um diálogo constante com o outro (DEMOCRACIA).

Para que se possa construir uma EDUCAÇÃO CONSCIENTIZADORA ou CORAJADORA.

VERBALISMO – práticas pedagógicas que resistem à teoria

Educação vigente não é teórica porque lhe falta gosto pela COMPROVAÇÃO, da INVENÇÃO e da PESQUISA, ela é VERBOSA, palavresca e não comunica.

Assim quanto menos criticidade dos educadores, mas superficialmente tratam os problemas e discutem superficialmente os assuntos.

Neste sentido Freire observa a necessidade de uma INTERVENÇÃO CRTICIZADORA, no intuito de suprir a descrença no educando.

Frustrado pelo GOLPE MILITAR a Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB e a Universidade de Brasília - UNB

* elaborado por Denílson Diniz

Cap. 4 – Educação e Conscientização*
      1ª PARTE:  Explica Minuciosamente o Método de Alfabetização de adultos:

      Democratização da Cultura; atenção aos déficits quanti e qualitativos da educação;
      Crianças idade escolar sem escolas, cerca de 4 milhõe, e o de analfabetos apartir de 14 anos 16 milhões, os dados “falam por si”;
      Participação do Serviço de Extensão Cultural da Universidade de Recife;
      Há 15 envolvido em projetos educacionais, mas a 5 anos experiências recentes de EJA em Recife;
      Projetos“Circulos,Centro de Cultura”.Temas populares de forma a dialogar  com  recursos visuais;
      Bons resultados, conscientização ao invés de ingenuidade e cricidade ao mesmo tempo alfabetização;
      Retomada do 1ª capítulo, uma crítica “não estar no mundo, mas fazer parte do mundo”;
      Citação de 02 métodos:
      “Dialógo: relação horizontal A com B – “Comunicação/simpatia”.
      “Antidialogo: relação vertical A sobre B – “Simpatia quebrada”.
      Levantamento da alfabetização pela conscientização;
      Metodos:  Levantamento vocabular de acordo com os grupos a trabalhar; Escolha das palavras certas; Criação de situações;
      Retomada/citação do capítulo 2 – Educação e não domesticação;
      Projeto de implementação 20 mil  “Circulos de cultura pelo Brasil” – impedidos devido ao golpe Militar de 1964.
      Cita ainda a dificuldade de se conseguir “professores, coordenadores”, capacitados, preparados para o exercício de tal função.
      Exílio no Chile.

      2ª PARTE:  Execução Prática

      Professores eram chamados de “coordenadores”, institui debates de grupo.
      A programação dos debates era oferecida pelos próprios grupos  sobre assuntos pertinentes.
      Os assuntos  eram tanto quanto esquematizados e tendo auxilio de recursos visuais;
      Apresentados sobre a forma de diálogos;
      O grupo de alfabetizandos começa a criar palavras com combinações;
      Aproximação dos fonemas “Ficha de descoberta” – Criação de palavras complexas e fora do contexto -  aprovação /avaliação do método eficaz de alfabetização. Em apenas 45 dias .
      Exílio no Chile, paralelo de um modelo que estava sendo desenvolvido em uma região Chilena.
      Método como instrumento de investigação psicossociológica, vivenciada em um “conventillo” (cortiço) de Santiago.

3ª PARTE: Apêndice 

A constatação das experiências de tal educação ministrada, onde os diversos momentos do processo de educação escolhidas através das 17 palavras geradoras de educação, de acordo com realidade dos  alfabetizados.


      1 - Favela
      2 - Chuva
      3 - Arado
      4 - Terreno
      5 - Comida
      6 - Batuque
      7 - Poço
      8 - Bicicleta
      9 - Trabalho
      10 - Salário
      11 - Profissão
      12 - Governo
      13 - Mangue
      14 - Engenho
      15 - Enxada
      16 - Tijolo
      17 - Riqueza

* elaborado por Carlos Eduardo


MAPAS/SÍNTESES CONCEITUAIS DA “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO”

Prefácio: Aprender a dizer sua palavra (Ernani Maria Fiori)
Estrutura argumentativa*
§ 1-4: Introdução. Visão sintética da perspectiva freireana
§ 5: Indicação dos três enfoques (relances) que serão abordados no prefácio
§ 6-18: 1º enfoque “alfabetizar é conscientizar”: linha fundamental do método freireano que unifica todos os seus elementos
§ 19-43: 2º enfoque “a pedagogia é antropologia”: a educação reproduz o movimento dialético no qual o homem se faz e se reconhece
§ 44-48: 3º enfoque “conscientizar é politizar”: unidade, sem anulação de um no outro, entre pedagogia e política

* elaborado por Rodrigo Marcos


Primeiras palavras*
Esquema 1: Caracterização do Sectário e do Radical
Sectarização
Radicalização
Castradora
Criadora
Fanática
Crítica
Mítico-alienante
Libertadora
Falseia a realidade
(imutabilidade do real)
Enraizamento na realidade
(engajamento na transformação)
Obstáculo à emancipação
Contribui para a emancipação
“Irracionalidade”
Racionalidade
“Dialética domesticada”
(“controla” o tempo)
Dialética
(unidade subjetividade-objetividade)
Reacionária
Revolucionária

Esquema 2: sectarismos de Direita e de Esquerda (questão do “Tempo”)
Direita
Esquerda
“Domestica” o presente. Futuro como repetição do presente. A situação é dada, imutável.
Futuro preestabelecido.
Destino inexorável.

·         Ambas possuem falsa visão histórica e negam a liberdade
·         Fecham-se em “círculos de segurança”; estabelecem “sua” verdade
·         Sofrem da falta de dúvida
·         Temem o diálogo com o povo

* elaborado por Rodrigo Marcos


Cap. 4 - Teoria da ação antidialógica*
1ª Parte*:

·         Pretensão da análise cultural a partir da matriz antidialógica e dialógica.

Os homens são seres do quefazer porque o fazer é ação e reflexão.
Objetivam o mundo, o conhece e o transforma.
                                                            x                 
Os animais são seres do puro(fazer) porque tem o mundo como suporte.
      
·         Quefazer – Práxis dialógica                                                   
*  O esforço revolucionário não pode ter, na liderança homens do quefazer e, nos oprimidos homens do puro fazer (ativismo, meros executores de determinações.)
                                     
                               Corre-se o risco das lideranças imporem a sua palavra e perderem o sentido da práxis verdadeira.

*  O quefazer não pode dar-se sem a ação e reflexão dos outros. – conceito de unidade.
*  Não podem chegar ao poder vivendo a ambigüidade: metade eles mesmos, metade o opressor “hospedados” neles.
*  Fazer a revolução com as massas e não sem elas.
*  “ O diálogo é exigência radical de toda a revolução autêntica”, Esse diálogo significa: o encontro dos homens no mundo para transformá-lo.
*  Seres de comunicação
*  O processo revolucionário não pode ser feito para o povo pela liderança, nem por ele, para ela mas por ambos. Numa solidariedade que não pode ser quebrada.
*  A práxis da liderança deve ser com o povo, nunca no dirigismo ou desencontro.      
*  O quefazer revolucionário é humanista e implica a ciência. Essa ciência não deve pautar-se nos oprimidos como objetos passivos de sua análise.
                  O diálogo faz parte do caráter pedagógico da revolução, que é também revolução cultural.

·         Práxis antidialógica
* A práxis das elites dominadoras possuem um quefazer antagônico –a elite dominadora prescreve e os dominados seguem as prescrições. Não permitem as massas conhecerem o mundo e transformá-lo.
                        Pode acontecer, de numa tentativa da práxis revolucionária, o revolucionário não praticar a dialógica com as massas, mantendo a “sombra” do dominador dentro de si, ou manter a idéia de uma sectarização.
*  Os golpes são exemplos do não diálogo corajoso com as massas.
*  Obstaculariza a comunicação
*  No processo revolucionário, a negação do diálogo com o povo afim de “organizá-lo”, de fortalecer o poder revolucionário.
*  A liderança deve se identificar com as massas populares, pensando com elas: “morrer” para reviver através dos oprimidos e com eles.
*  Pensar sem as massas, ou em torno delas – meros comunicados, meros depósitos de conteúdos domesticadores.
*  O quefazer a serviço da reificação.
*  “ Absolutiza a ignorância” das massas.

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Na verdadeira revolução deve haver a ação das massas, incidente na realidade a ser transformada e sua reflexão.

Se os oprimidos, na sua reflexão de condição de objetos, ainda não podem ser considerados sujeitos mas sim, sujeitos em esperança.

A liderança deve se identificar com as massas populares, pensando com elas: “morrer” para reviver através dos oprimidos e com eles.

Não se pode afirmar que alguém liberta alguém, ou que alguém se liberta sozinho. Os homens se libertam em comunhão.

Não pode ter uma falsa generosidade.

Numa visão dinâmica e não estática da revolução, ela não tem um antes e um depois absolutos, de que a chegada ao poder seria o ponto de divisão.

* elaborado por Layla Gonçalves

2ª Parte*:
 -De caráter opressor seria essa teoria seria o contrario ação dialógica;
A seguir temos as principais características do que constituiria uma ação antidialogica na perspectiva de Freire
-Necessidade da conquista – sentido paternalista
-Tomando conquistado como “hospedeiro” do conquistador
- O ser antidialógico se faz paralelamente ao ser opressor
-Para efetivar a conquista é preciso mitificar o mundo, tirando a capacidade dos homens de “ad-miradores”. Ou seja, é necessário lhes apresentar um mundo “falso”, algo estático e dado em que os homens se devam ajustar.
- Assim a aproximação, na concepção antidialogica se da pelos “comunicados”, pelos “depósitos” dos mitos indispensáveis à manutenção do status quo (p.159)
-A divisão das massas populares como condição para a manutenção da minoria no poder. Portanto, qualquer ação que possibilite o despertar e a união das classes oprimidas é imediatamente sufocada pelos opressores. Uma das principais formas de ação cultural para manejar as massas populares seria a ênfase numa visão localista em detrimento de uma visão da totalidade. Ao mesmo se daria nos chamados “treinamentos de líderes’ que tem a pretensão de promover a comunidade através da capacitação dos lideres, como se fossem as partes que promovem o todo e não este que, promovido, promove as partes. (p.162)
- Outro ponto que se efetiva junto a esta ação divisória, seria o caráter messiânico dos dominadores, aqueles que supostamente seriam os salvadores. Essa falsa generosidade do opressor reforçaria o caráter de conquista da ação antidialógica
- A manipulação das massas oprimidas também constitui uma importante característica da ação antidialogica. É através desta que os opressores conseguem convencer os dominados de seus objetivos, utilizando para isto os vários mitos e pactos que dariam a impressão de um certo dialogo entre as partes;
- É necessário anestesiar as massas para que não pense. Assim insistindo na manipulação, vão inoculando nos indivíduos o apetite burguês do êxito pessoal. (p.170). Essa manipulação ora se daria diretamente, ora se daria pelo líder populista que teria o papel de mediar às relações entre a classe dominante e as massas populares;
-Outra característica importante da ação antidialogica seria a invasão cultural, que é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural do invadidos, impondo a estes sua visão do mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão(p.173).Assim tem um forte caráter alienante e violento, na medida que invade e impõem certas concepções da cultura dominante;
-Alerta para o caráter dual da invasão cultural, pois ao mesmo tempo em que é dominação é também tática de dominação;
-Há um ponto importante destacado pelo autor, é que nem sempre essa ação antidialogica é exercida deliberadamente. Muitas vezes seus próprios executores são indivíduos dominados, condicionados as estruturas sociais. (p175)

* elaborado por Danúbia Cardênia



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